sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O mundo não é original

Depois de milênios de existência da vida humana na Terra, tudo o que tinha a ser pensado já o foi. Não há mais idéias novas. Pelo menos é essa a impressão que tenho quando vejo o que a imprensa mostra.

Mas, será que o problema está em mim, ou tudo o que vejo é repetitivo? Nada mais me surpreende. Não é mais original pedalar pelado no meio de São Paulo, nem dar a luz a quadrigêmeos, nem usar sutiãs de bacon, nem meninas retardadas de sete anos apresentando programas de TV... Eu estou mesmo desesperançosa com o futuro. E isso porque não param de me chegar exemplos e mais exemplos do que já não é mais original.

Nem buscar ser original é ser original.

Nem questionar o governo, ou os costumes, ou o mundo, nada disso é original!

Nem procurar bandas independentes no MySpace é original.

(Alguém fala pros judeus que o movimento sionista não é mais original?)

Meu Deus, cadê o novo?! Sumiu? Isso é porque a gente se contenta com falta de originalidade e se acostuma com 20 anos de Faustão todo domingo? A gente gosta de ouvir a mesma coisa, ver a mesma coisa, ler a mesma coisa, dançar a mesma coisa, comprar a mesmamesmamesmamesmamesmaMESMACOISA!!

Estou realmente decepcionada com a humanidade.

De repente, me dou conta que o mundo não é original. O mundo não é original. Acho que não existe notícia que caia mais como uma bomba do que essa. Para mim.

Eu sinto a necessidade do descobrimento de talentos. De vanguardistas com conteúdo, ousados, diferentes. Corajosos. Eu poderia sê-lo. Você poderia sê-lo. Mas qual não é o peso de ser original? Os olhares, as críticas, as risadinhas. É o meu desabafo de menina de calças listradas e cabelo de Bozo, que enfrenta todo-santo-dia esse tipo de coisa. E olha que não sou original. Nem de longe. No máximo, diferente.

Num mundo em que o normal é ser comum-insosso, o original é feio. E, infelizmente, não vejo ninguém querendo ser feio – nem alguém que tenha capacidade para tanto.

Diante disso, vou existindo apenas por conveniência.

***

Peço licença agora para fazer uma pergunta pouco original: alguém sabe qual é o sentido da vida?
E viver + sorriso amarelo não vale como resposta.